Em 7 anos de formação eu vivi muito mais do que eu poderia imaginar. Eu adentrei em universos desconhecidos, coloquei-me diante de medos que não estavam no meu catálogo e descobri interesses que me garantiram a certeza de que eu fiz a escolha certa. Isso tudo só foi possível porque a cada paciente havia um emaranhado de vida e conhecimento que eram únicos. Eu não precisava sair do local no qual eu estava para sentir emoções complexas, reconhecer limites, estabelecer planos de ação e me apaixonar pela existência humana.
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Definir a nossa profissão é um dos maiores passos que damos nessa caminhada. Somos impulsionados a isso desde que começamos a nos entendermos enquanto seres em crescimento. Sempre digo que apesar de difícil, essa busca requer nos escutarmos. Eu fiz esse exercício MUITAS vezes e a resposta sempre foi a seguinte:
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“Eu quero fazer parte da vida das pessoas, instrumentalizá-las a desbravarem suas potencialidades, reconhecerem seus entraves e se tornarem o melhor de si para si e para o mundo”.
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Se eu consegui? Com a palavra, meus acompanhados…
Miguel Brito – Médico e Psicólogo. Coordenador Médico do Ambulatório LGBTQ+, Professor de Psiquiatria na UFRJ
Especialista em Saúde Mental e Terapia Cognitivo-Comportamental.